A política é pautada na confiança. Embora o sucesso dos jogos de poder sejam marcados pela traição, é certo que é na confiança que constrói-se as bases de apoio.
Os últimos três pleitos eleitorais foram marcados pela presença de três movimentos políticos que um após outro quebraram a confiança de base.
Pedro Veterinário, hoje pré-candidato a prefeito nas eleições de 2012, abandonou a disputa e deixou seus companheiros políticos e chapa de vereadores em uma situação delicada. Órfãos, ficaram com o que o destino lhes ofereceram. Sem palanque, sem suporte, sem norte, tiveram que escolher entre nomes que fizeram enfrentamento, para ter um candidato para chamar de seu.
No pleito seguinte, 2020, Nilson Preto volta à cena, favorito contra o atual prefeito Flávio Moura. Sem uma explicação plausível, virou a noiva em um casamento que trouxe desonra para sua história política. Prefeito por três mandatos, favorito nas pesquisas, virou vice deixando seus companheiros desamparados, emplacando um fracasso nas urnas sem precedentes, chapa de vereadores do PSDB foi a ruína. Partido que protagonizou por pelo menos três décadas como um dos maiores partidos do município.
Em 2024 a história se repete, muda-se os autores, repete-se a trama. Túlio Dutra, que na época era representado na corrida majoritária por sua mãe Veronice Coelho, não conseguiu formar uma base política competitiva. Não por acaso, ao serem derrotados em 2020, abandonaram as bases formadas, deixando órfãos os companheiros políticos e cedendo espaço para serem assediados e aderidos ao grupo político do atual prefeito Flávio Moura.
Flavio Moura sabendo explorar a ausência de oposição garantiu com facilidade sua reeleição. Tulio Dutra por outro lado deixou o campo livre, não deu suporte ao grupo político e acreditou que uma grande "estrutura" o daria um grupo político e sucesso nas urnas. Demorou para movimentar-se, quando movimentou não saiu do lugar.
Montou uma chapa fraca, que em seguida os abandonou, ficando isento no processo eleitoral e não dando suporte ao nome que deu a cara para seu na época, grupo político. Vagner Facundo honrou o grupo, ainda que de última hora. Abandonados ficaram sem palanque, que por confiança teve nomes com chances reais de eleger-se foram derrotados ao confiar no seu líder político.
Mas o tempo passa e o jogo segue, reorganiza as peças e reaparecem com a tentativa de esquecer esse passado triste e reescrever a história. Buscam a confiança de antigos companheiros para empreender novamente seu objetivo político. São pré-candidatos novamente: Pedro Veterinário, Nilson Preto e dessa vez afirmar ser ele próprio, Túlio Dutra.
A pergunta que fica é: quem serão os companheiros que outra vez vão hipotecar apoio na dúvida de que, se não serão vendidos, trocados ou abandonados de novo.
Fica a análise, a observação e cabe a população e lideranças fazerem suas escolhas. Alguns projetos políticos são natimortos pelo próprio passado de seus autores, outros encontraram um espaço em outro grupo, como fizeram no passado. Outros podem seguir pautados na soberba e na vaidade que os deu vida.

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